domingo, 21 de dezembro de 2008

Balançando

"Tão de agora, tão imprescindível".
Vinicíus de Moraes

O melhor disco do baterista Milton Banana, totalmente instrumental. Samba-jazz dificilmente fica melhor que isto. Como já dizia um amigo meu... é tapa na cara e soco no estômago!


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Surpreso!

Sim amigo, normalmente querer satisfazer desejos acaba sendo perigoso. Um ato, as vezes doloroso!
Mas sim amigo, dessa forma se consome a necessidade de gozar delírios. Um ato, por si só, doloroso!
O inevitável, incontrolável, faz loucuras no estar vivo, presente de carne e osso. Esse um fato doloroso!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Dia de Indie


Há exatos 2 anos atrás, eu estava no mesmo Sesc Santo André, Sem acreditar no que via e sem conseguir esconder o sorriso.

Later!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Screwd up!

Jazz, samba, blues... acho que não.

Deixa eu voltar pra rua...

Adeus!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Passagem

Seria um muro imperceptível a olho nu? Tudo que conseguia ver era a rua. De um lado o pessoas rindo e pedindo mais uma garrafa e do outro trabalhadores curtindo a desaventura de seu ofício. Uma pane qualquer e o caminhão de lixo pára em frente ao bar. Seria apenas um incomodo passageiro, mas nessas circunstâncias o cheiro podre permaneceu e atrevessava a rua conquistando reclamações. A noite prometia mais. Vento forte, prelúdio de chuva, avoroço. Alguns procuravam lugar para se proteger, outros preferiram pagar pra ver, entre uma destas mesas estava a minha. A mesa vizinha apresentava duas mulheres, bonitas, sedutoras, um certo ar de segurança. Falavam alto e gesticulavam pra chamar mais atenção, era de intimidar qualquer um. Mais uma rajada de vento, a comanda das mulheres parou no meio da rua. Um rapaz igual a qualquer outro ali a não ser pelo macacão laranjado saí do meio dos que estavam encalhados, retira a comanda do meio da rua e termina a travessia da barreira entregando-a as mulheres. Elas estáticas, receberam a comanda de volta e nem se quer pode ser ouvido um obrigado. Viraram meninas assustadas. O rapaz volta para o seu lado do muro quando uma delas respira aliviada e diz que pensou que seria assaltada. Soco no meu estômago. Não só mataram a boa educação, a política do medo deu certo, depois que esse indivíduo se indignar só não queiram culpá-lo, o lixo do caminhão não foi ele que fez sozinho. O cheiro não é só dele, é nosso.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008


screaming silence
oil bar e grafite s/ canson. 30 x 42 cm - 2008
Edson Castro

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

nuvens a solta

e como aparece desespero! como nuvens a solta, se deslocando e deslizando pelos espaços vazios. na verdade, não se prevê o próximo destino de um desvairar atenuado e instabilizado.
se ao menos pudesse limpar os espaços vagos de nuvens só para enxergar melhor!
mas não se sabe o possível poder de 3 assopros como disse uma delicada menina de olhos verdes.
vai que, num inconsciente contato com o vento ou alguma força da natureza, as nuvens se abrissem lentamente, após os 3 assopros, para o olhar do sol seguir diretamente a pele.
os dias cinzas que rodeiam e transformam a loucura cada vez mais intensa, hora se mostram em repouso apenas como composição do espaço.
como inocente não era nunca um não sabido sobre tal cotidiano, que já veio encarnado desde criança. e exatamente como criança não perde a esperança, nem ao menos parece que se cansa. continuam os assopros para todos os lados, desviando nuvens da rota, e as vezes trazendo outras que só estavam de passagem pra perto. o que faz entender por um instante, mas sem nenhum diamante de mérito. aquilo que apenas sabe, é o que não se deixa. os constantes passeios por novos e velhos espaços vazios.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Quando se move.

Foto: Yan Chaparro
Uma passo, um suspiro pálido... a perversidade se move, quando a latência explica o fato em uma tal superfície... da violência cotidiana...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Jazz?

É rap pensei. Parecia rap. Ainda acho que é, mas na matéria que li depois de ouvir dizia que era jazz, e exagerava mais um pouco "James é para quem não acreditava mais nos cantores". Ah tá! Não precisa tanto. O fato é que José James consegue juntar os elementos da boa música atual com o jazz e isso fica um pouco mais embaçado por sua voz parecer que se trata de intérprete do jazz dos anos 50. Pra cair a casa de vez, ouvir ele cantando Coltrane é de arrepiar.


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domingo, 23 de novembro de 2008

rebobine, por favor

Be Kind Rewind (Eua - 2008)
Dir: Michel Gondry

PEEK YMMIJ TUO!! Se Mike (Mos Def - please Mos, keep rhymin') tivesse lido o recado ao contrário teria mantido Jimmy (Jack Black) longe da locadora e nós não teríamos Be Kind Rewind para assistir. Jimmy após sofrer um acidente tem sua cabeça magnetizada e acaba apagando todas as fitas da locadora onde Mike trabalha. Impossível repor todos os VHS de filmes de duas ou três décadas atrás em época de blu-rays e afins. A saída que os dois malucos encontram é de "suecar" os filmes, ou melhor, refilmar lendas como Robocop, Ghostbusters, Conduzindo Miss Daisy, Rei Leão... da forma que podem. Para quem teve a mesma referência de filmes que eu tive na infância, certamente notará o carinho que Gondry trata cada filme. As produções são de morrer de rir. No fim das contas Mike e Jimmy viram as celebridades da pequena cidadezinha e contam com a população para a última cartada. Filme estranho para o diretor de O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança, mas Block Party já não era? Incrível também não ver certas semelhanças com Saneamento Básico, O Filme. Mas sem dúvida uma boa comédia.

Trailer

Trailer "suecado"

*Para ver as versões suecadas: http://www.swededmovies.org/

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Horas depois

Na hora do sossego, depois do último assopro necessário para desenvolver e concluir o objetivo, vem o descanso do corpo aliviado da tensão submetida ao esforço direcionado ao concretismo da situação. Deixando de lado as pequenas insinuações de desespero que quase impedem a realização do sonho e passando pelas turbulentas sensações da constante sobrevivência.
Mas que merecido descanso da mente que hora desmente aquilo que parecia impossível ser.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A pesquisa


O diggin' nosso de cada dia. A ciência daqueles que se interessam pela raiz da árvore e não somente pelo produto final. No final das contas aficcionados por originais de samples clássicos, a final, do que seria das pesquisas de Dilla, Money Mark, 9th Wonder e tantos outros produtores se não fossem o legado de bons músicos antigos e engenheiros de som como Van Gelder? Não é de hoje que a casa que abrigou Miles Davis, Coltrane, Dizzy Gillespie e tantos outros flertam com o rap. Antes dessa homenagem a Blue Note abriu as portas da gravadora para um grupo chamado Us3 (até começaram bem, mas cagaram em seguida) e também deram a oportunidade de Madlib criar um album apenas com o acervo da gravadora (o clássico Shades of Blue). O Droppin' Science traz 20 faixas originais da gravadora que já foram transformadas em beats. 


Para deixar a questão mais clara.
Exemplos:

Original

Milton Nascimento - Catavento

Sampler

Consequence - Don't forget Em (prod. Kanye West)

Claro?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ficção e verdade

Dejavu
Dir.: Leonardo Coutinho

De cada calçada de concreto da cidade 
cada viga que se ergue 
cada vida que se segue 
cada cidadão persegue a sua cóta lutando pra se manter 
marcando a mesma rota lutando pra nunca se perder 
pra não perder não ver a cara da derrota estampada na lorota 
que faz ponto a cada esquina encostada em algum poste 
pronta pra te desviar da sorte 
talvez um corte brusco na sua sina 
existem uns que seguem na rotina e não enxergam ao redor 
reclama e não se posta pra tornar melhor 
acha melhor sobreviver só mantendo distância 
de cada sonho que crescia na infância 
e cada esperança de criança se mistura ao ar impuro inspirado e espirado, 
por cada cidadão comum que deixa escorrer a liberdade 
na sargeta da calçada de concreto da cidade 

Hey Yan!
O Léo me mostrou este vídeo hoje, falou da simbologia e tudo mais. Pensei se seria legal levar pro A.L.I., ele até topa comparecer no grupo pra se explicar. Poderia ser interessante.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Reflexão Necessária...


Arte de Jean-Michel Basquiat

Discussões em relação a Urbanidade...

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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

BOOMBOSSABAP



Estou voltando ao mundo do podcast. Espero que gostem...

Do Quinto ao Subsolo

Gato Congelado, Kamau, Lumbriga, dj Mako, Matéria Prima, Pai Lua, Shaw e Lua remanecentes do coletivo Quinto Andar mais underground que nunca. Os sons estão ótimos. Carlinha me prometeu disco para Dezembro. 

Dá o play

Acomodados morrem de infarte aos 80 de idade

domingo, 2 de novembro de 2008

Não tão outro...


foto: Yan Chaparro
Um outro se aproxima, suas vestimentas se assemelha aquilo que é dito por ai como morado de rua, vagabundo, mendigo, pedinte e até mesmo invisível. Este outro pronúncia uma voz a mesa em que eu estava, e com uma combinação de símbolos performáticos, ele estende a mão teatralmente, com olhos de tristeza, e pede uma moedinha.

Até agora tudo parece aceito como uma banalidade do cotidiano, quando o ordinário passa, somente passa, e sua pronuncia é do incomodo e do sentimento de dó (a morte perversa). Mas por uma ação inteligente e sensível de uma pessoa da mesa, esta historia me apresentou novos movimentos. Uma menina sugere que ela poderia dar um suco, um refrigerante ou um pastel, e este outro aceita um refrigerante. No instante em que a menina vai buscar o refrigerante, este outro modifica radicalmente seu discurso como sujeito social, uma postura subjetivada deste outro se mostra diferente, uma ação que me trouxe muitas indagações.

Este tal outro, revela um sorriso e conversa sobre muitas outras coisas, até sobre pescaria, e sobre as cidades que ele já passou, e estende por bons minutos uma conversa que passou por Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro e Aquidauana. E por este instante o outro próximo se apresenta confortável no falar, em um estalo, como conseqüência de um ato mais perspicaz, a figura de um sujeito muda radicalmente, como quando a camuflagem construída por este outro, sofresse alguns borrões de descanso.

Quando este outro pede licença e vai caminhando, vejo ele voltando a performance em que se pede, em sua esperada (para os homens honestos) invisibilidade, volta à nostalgia da noite. E fico me indagando sobre tudo isso, quando por um feixe (postura nova) no cotidiano com uma lógica que parece banal, se modifica densamente.

Esse outro, não se parece tão outro, um longe que vaga, mas se mostra como não tão outro, e ao afirmar isso, é inevitável o questionamento sobre os sujeitos socais, muitos protegidos por vestimentas de guerra. Mas parece que no tecido urbano, ao falar sobre um outro, este não esta distante, e corta a carne (minha, sua, dele) no estar comunicativo desta mesma urbanidade.

Este outro da historia, possui um movimento parecido como o meu, e o seu, a diferença existe, mas quando se pensa em sujeitos urbanos, o outro não é tão outro assim, se assemelha quando o olhar e a escuta permite uma posição de mais perto.



Yan Chaparro – 27/10/2008

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Makaveli

[...]
Um Lugar pra eu passar minhas noites sozinho
pra relaxar
há muita pressão na vida que levo
As vezes choro
Já pensei em me suicidar e tentei
Mas quando peguei na arma, eu pude ver os olhos de minha mãe
Ninguém sabe da minha batalha, só vêem os problemas que causo
É difícil viver quando ninguém te ama
Me imaginem em meio a pobreza e miséria
Eu e meus amigos não tivemos outra escolha se não caminhar
[...]
Em cada canto, cada cidade
Existe um lugar onde a vida é mais fácil
Uma champagne bem gelada pra relaxar
A qualquer hora , porque é muito bom
Esqueça as ruas do mundo la fora
Tudo que é errado vira certo
Nada além da paz , amor das ruas
Todo o gueto precisa de uma Thug Mansion
[...]
Querida mãe não chore
Seu filhinho está bem
Diga a todos eu estou no céu e aqui não tem bairros
Vi um show com Marvin Gaye noite passada
Fiquei emocionado
Tomando um drink com Jackie Wilson e Sam Cook
Depois de uma moça chamada Billie Holiday cantou
Fiquei conversando com Malcom até o dia raiar

...

Não sei se esse trecho que recortei dá pra passar a idéia da letra de Thugz Mansion então vou resumir a letra em poucas palavras. A música fala das dificuldades vividas pelo músico e faz ele imaginar como seria o céu de pessoas como ele e termina com ele falando como se estivesse lá.

A carreira de Amaru Shakur (Tupac) durou apenas 5 anos. Fez amigos, nesse período, mas nunca exitou em os transformar em inimigos. Numa dessas brigas dividiu os EUA ao meio. Notorious e os nova-iorquinos não vendiam e nem pisavam na costa oeste enquanto Pac e os californianos não íam para costa leste. A maior briga da história da música. 

Tupac era filho de uma ex-pantera negra, que fugia de sua história para sustentar os filhos e tentava oferecer a eles coisas que o gueto não ensinava. Lembro agora de uma parte de um documentário sobre a sua vida onde Tupac fala que via a discrepância do que aprendia na escola de artes e o que encontrava em sua vizinhança.

Sua carreira foi rápida mas bem intensa. Lançou livros de poesia, alguns são até adotados pelas escolas norte-americanas (tem um poema onde ele fala de uma rosa em meio ao concreto que é foda), lançou vários albuns, passou seis meses preso ouvindo seus inimigos o queimando e ficou esperando a hora de responder na música como fazia habitualmente, conseguia trazer a intensidade de sua fúria nas letras, ouvir Hit 'em Up é como se sentir na briga, ter a mesma raiva de um amigo traido. Foi alvo de acusações, tido como reflexo da podridão escondida por seu país. Na primeira vez que foi baleado entendeu que cada dia não é só um a mais, passou a escrever e gravar compulsivamente. Quando não se livrou da morte deixou um vasto material inédito que até hoje, 10 anos depois continua sendo publicado.

Solução? Ninguém achou quem o matou nem que apagou Notorious um ano depois. Só uma coisa é certa, verdadeiros nesse jogo dispostos a morrer por ele dificilmente será encontrado nas próximas safras. Não que tenham que morrer, eles perdem com isso e os ouvintes também.

A letra de cima faz parte de sua discografia póstuma, que já alcança mais de 10 albuns. Tem gente que acredita que eles está vivo em algum lugar, eu prefiro acreditar que foi mais uma expressão...


Onde vamos quando morremos?

Qual

Haveria apenas de ser amado, não desdobrado
De bico calado, quase disfarçado, recalcado pelo erro
Sabe-se lá o que aprisiona, que parece cicatriz, esta ali e não some
São as chaves do calabouço, que esmaecem a fragrância
Bobagens de esperanças achando entender
O que não se pode saber é o futuro!

carta de despedida

na verdade, hoje, como vários outros dias que já se passaram, a vontade era que como se um grão de areia, fosse levado pra longe... para não dar respostas e nem criar expectativas...

Por onde passa os urubus???



Então, o urubu voa, plaina em um ar, e faz do seu sustento este próprio ar, e quando come, se saboreia com algum resto de coisa, que há um tempo estava viva. Uma coisa me incomoda, ao assistir o filme “Cinema, Aspirinas e Urubus”.
Deparo-me com a presença desta ave, ou melhor, com a significação humana da mesma, Urubu que se mostra em duas ocasiões, a primeira no momento em que um prefeito (coronel moderno), bate nas costas de um sujeito que fazia a sombra de um pássaro em um pano com a luz refletida, e no segundo momento quando o nordestino e o alemão estão na estação ferroviária, no meio de pessoas (nordestinas), que vão embarcar em uma viaje conhecida como dos soldados da borracha.
Sendo assim o incomodo toma forma de reflexão (isso é bom), e esta ave inicia a se movimentar pelo sentido da sua existência recebendo novo nome, o de poder. Pergunto-me que ar é este que este poder se sustenta, e de que carniça ele se saboreia? Talvez o ar seja o entre, quando dois corpos se comunicam traçando o desenho contornado e preenchido pelo poder, não um poder que esta lá fora, mas esta ao lado, corta a pele de que o vivencia e o sustenta, sendo assim este urubu plaina para mirar uma carne podre ou um lugar para descansar, no poder que vai modulando as relações na arte do cotidiano, tirando proveito de “mordomia”, quando se sustenta no poder.
E a carniça parece que são os corpos podres, que morrem aos poucos desgastados pelo sol, o vento, e a solidão, na insegurança ao serem violentados a cada dia por sentidos em que este urubu se sustenta, o poder, construído, mas não muito enxergado. A carne a cada dia que se deteriora se torna mais saborosa, como alimento necessário para a vivencia do urubu no mundo.
Então após assistido o filme “Cinema, Aspirinas e Urubus”, os urubu, tomam estas duas formas de contextualização significativa, quando aparece junto a alguém do cotidiano “humilde”, revela um composto perverso, quando as relações de poderes o sustentam no ar, e quando aparece voado, o urubu já esta voando, esperando uma carne podre, de um alguém que morreu, de tanto tentar viver, espera a carne, e dá ordem para outros corpos entrarem, e outros caminharem para qualquer lugar.

Yan Chaparro – 24/10/2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Renascença


Não vejo como abrir de outra forma de começar esse texto se não dizendo que esse que se esconde atrás da mpc é uma das minhas maiores referências na música. O disco tem aquela mordidinha do A Tribe no jazz, mas segue a linha dançante de seus albuns solo. The Renaissance traz colaborações de Norah Jones, D'Angelo, Amanda Diva e Raphael Saadiq. O legado de Dilla também representa em algumas faixas como no caso de "Getting up" (faixa essa que tá quebrando as pernas de muitos superstars pops lá fora). Enfim, meu vício atual, disco que esperei um tempão, torci que caísse na net antes do tempo, tá rodando sem fim no meu som.  

*Não vou disponibilizar o album desta vez, mas deixo aqui o video de Getting Up


Abs!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O que foi e é isso???


Por esses dias me pergunto o que foi isso??? e o que é isso hoje???
Será que foi um surto do cotidiano em artes... a possibilidade de inventar memoria, imaginarios e posições... amigos que se formaram ainda mais como proximos...
Hoje revi as fotos do dia... é muito bom...
Abraços às Águas que vivem...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Fosso...




Pois o fosso permanece ausente, fica como uma historia com o semblante de um marasmo estancado na veia sarcástica de um local precisamente belo, como sorriso irônico, de mãos que não encontram o seu entendimento, e a banalidade podre esta como norma.
O fosso do filme “Saneamento Básico o Filme”, remete a um cansaço, quando se assiste o próprio, sensação que parece estar de propósito, como incomodo enjoativo, que lembra o cotidiano melancólico, quando as coisas não acontecem, a obra do fosso que fede é esquecia.
O filme se revela como uma grande piada, regido por uma ironia explícita, já conhecida pelo diretor no seu curta metragem “Ilhas das Flores”. No final do filme tudo parece que melhorou no sentido pálido (gravidez, revista, sexo com a primeira dama), e a merda que fede do fosso ainda se mostra viva, cautelosamente ri daqueles que a permitem ali.
O Joaquim pede fogo à um garoto, este o entrega, Joaquim acende seu cigarro preocupado com a estréia do filme “O Mostro do Fosso”, mas começa a ouvir varias risadas, se levanta, joga o cigarro no chão, vai para dentro de uma espécie de salão-igreja, e ali vê o publico rindo da comédia que ajudou a produzir. Ao ver esta cena, duas coisas me chamam a atenção, a primeira é que o publico que ri, é o publico que esta assistindo o próprio “Saneamento Básico o Filme”, que ri como seres patéticos, quando se esquecem do cheiro de merda do fosso do seu cotidiano, e a segunda é que o filme feito no próprio filme (como meta linguagem), é um retrato do próprio filme “Saneamento Básico o Filme”.
Monstro do fosso não é tão diferente de saneamento básico. Um ponto importante do filme, é que o cansaço sentido, lembra as estratégias de ficar parado no cotidiano de lugares em que a violência esta em cada ação contra um coletivo, ações que esquece de problemáticas fundamentais para o caminhar social, e quando as conseqüências de jogos de poder se torna norma a social.


texto de Yan Chaparro – 23/10/2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Entre Manguetown e Kalakuta


Fela Anikulapo Ransome Kuti é uma viagem no mínimo cabulosa. Nigeriano, filho de uma feminista atuante no movimento anti-colonial com um pastor diga-se de passagem, o primeiro presidente da União Nigeriana de Professores. Fela Kuti saiu de seu país para se tornar médico e voltou músico, revolucionário no que nomeou como Afrobeat. A soma de jazz, funk e música africana não foi o suficiente para eternizar. Adicionou Anikulapo (Aquele que traz a morte no bolso) em seu nome já que segundo ele, Ransome era nome de escravo. Foi odiado pelo governo nigeriano, preso por ter engolido um baseado e estragado a chance do poder o ridicularizar, eles exigiram a mostra de fezes, mas odiado de um lado... alguns presidiários deram o cocô para ele sair ileso mais uma vez. Casou-se com 12 mulheres de uma vez protestando contra o catolicismo imposto e se separou tempos depois dizendo que casamento causa muito ciúmes. Montou seu próprio partido político, se candidatou a presidente...há mil fatos que rodeiam o mito, mas não é preciso saber nada disso. O link está aí, faça o download, faça o play e me diz depois se o som não arrepia. 

Shit!!!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Racional Superior


As mais fantásticas produções que Sebastião Rodrigues Maia, o próprio criador renegou. Não adiantou ele abandonar a seita, quebrar os discos restantes nem pronunciar horrores e dizer que se sentia envergonhado de ter feito, é o seu maior legado. Só recentemente a família Maia liberou a remasterização de seu primeiro volume (diga-se de passagem, quem não tem o seu tá perdendo, o cd roda duas vezes, uma em sua versão digital e outra na analógica com o delicioso chiado do disco, além dos textos que foram impressos na contra-capa do lp) relançado pela gravadora Trama que ainda mandou um disco de remixes medianos (boa nota só pra Parteum). Esse ano para os já enlouqueciam com os dois volumes tiveram mais uma alegria. A lenda do terceiro volume é real, existe mesmo, e suas faixas cruas caíram na rede (hey Kassin, não vai dar mais pra se promover em cima do mestre). Sem mais delongas...





E pra liquidar a fatura...



Fui!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Liberdade...

Foto: Yan Chaparro

Estar livre como um pássaro morto dentro de uma gaiola com portas abertas, como cada passo num real de ilusões, do riso sarcástico da segurança, como um menino que corre de outros, e no instante veloz, se apóia em uma parede (insólita, de outros), e o choro se mistura com a risada úmida. E percebo que aquele poder que destrói não esta em cima, se move e se constrói no entre, eu, ele e tu.

A liberdade se disfarça com a morte, ou como um sorriso frágil e engraçado, porque a graça é tragédia. As sombras contornam um outro não distante, também sou eu, ou um espelho atemporal, outro que posiciona sua estética cotidiana a minha frente, como o som de um piano, ao ser tocado por alguém que não fala.

O instante do menino paralisa o dia, como naqueles momentos que a latência de algo se mostra, algo que aqui é liberdade, no cotidiano urbano. Talvez a liberdade seja a mais falsa das palavras, mesmo reconhecendo que ela tem seus limites. A densidade se confunde com a delicadeza, o áspero no sentido distrai para a volta do caminhar, como movimento de náusea, talvez por não voltar. Que termina como sorriso de olhos fechados.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Prelúdio



Desculpem! Mas tenho que compartilhar com alguém. Se gosto ou não, prefiro dizer depois do dia 28 quando o sai o disco. O fato é que os dois singles do The Knux mistura na minha cabeça a fase Beat It de Michael Jackson e o bom começo do Outkast. É a mesma coisa, mas não é a mesma coisa, em uma época onde quase tudo parece ser a mesma coisa... de tempos em tempos aparece algo no mínimo interessante.

domingo, 5 de outubro de 2008

Dia cinza

"I could listen to his album for the rest of my life" - Madlib

Incrível como um músico desse nível teve um intervalo de 35 anos entre seu primeiro e segundo disco. Violonista e compositor, Arthur Verocai trabalhou nesse tempo com Quarteto em Cy, Jorge Ben, Ivan Lins, Marcos Valle e vários outros. Seu primeiro disco lançado em 1972 impressiona pelos arranjos bem atuais. Não é a toa que serve de influência para vários produtores de hoje. Seu segundo disco mantém o peso da pedrada e ainda traz parcerias com Azimuth e Ivan Lins. 




...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

congestionando

Dúvida de conflitos ingeridos sem boa digestão.
Essa indignação permite reflexão da situação.
Pode-se acoitar murmúrios a solta, mas,
nem grades e muros seguram.
Guardar aonde essa inflamação?

domingo, 28 de setembro de 2008

Presente...

foto: Yan Chaparro

Uma imagem remete o incomodo irônico de um fenômeno que se dilui no cotidiano, no conflito delicado do tecido urbano, mas que ainda se mostra como invisível para o imaginário de corpos que passam no estalo de somente continuar.

O presente aparece como sentido dual, como o agora, ou como algo dado, na perplexa indagação sobre o que esta acontecendo, talvez o que é hoje poderia corresponder a uma realidade de maior inteligência, quando o algo presenteado revela a perversidade do desenvolvimentismo.

Cada fio sustenta a gama concreta da cidade, como uma teia que estabelece uma falsa segurança em estar vivo, teia que é armadilha e sobrevivência, quando revela o complexo vivido. Quando olho cada topo e a movimentação no chão, me remete ao desencontro ou cabeças que passeiam sustentadas pela ausência, pelo desespero não olhado.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

que vejo saudade

Quem sabe pensar, pensando, me deixaria imaginando acúmulo de miragem... ... por que essa passa e repassa sem cessar. Sabe-se lá o que por lá passa, quem sabe "asas" passam por lá!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nos scrathes e nos beats

Rodrigo Nuts já fez história no rap nacional fazendo parceria com Paulo Napoli, trabalho chamado de Nitro. A necessidade de pagar contas e não abandonar os toca-discos se viu com duas opções: tocar os hits das baladas chamadas de black ou ir para fora tocar música brasileira. Para felicidade geral da nação ele foi embora, mas volta e meia aparece com mixtapes fantásticas de música nacional. Legal essa junção. As mixtapes é um modo de trabalho comum na cultura hip hop. Nos anos 80, djs como Kool Herc e GrandMaster Flash, gravavam suas discotecagens, com colagens, scratches... e comercializavam nas ruas ou distribuiam para os amigos a fita k7 mixada. Depois de um tempo houve uma abertura do mercado para as mixtapes e elas ganharam uma atenção maior, ganhando até letras e improvisos de mcs convidados. Nuts segue a risca a idéia inicial das fitas mixadas, mas ao invés de raps, em sua setlist encontramos nomes como Tim Maia, Jorge Ben, Vinícius de Moraes (em uma de suas mix tem uma parte foda dele dando a receita de uma feijoada sobre a base do Canto de Ossanha), Toni Tornado, Arthur Verocai, Chico Buarque entre outros.

Links:




terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um dia no céu do Pantanal

Decidi compartilhar com vocês algumas imagens que presenciei com milímetros de distância, no Pantanal sul-mato-grossense. 
Poético. Tocante. Inóspito. Sedutor.
Desta vez são apenas céus.
Depois virão terra e resquícios humanos.
Curtam a vista!
P.S.Vocês podem não acreditar, mas essas fotos foram tiradas por mim!







sábado, 13 de setembro de 2008

Possível.

foto: Yan Chaparro

A possibilidade se nutri da ausência e da combustão de gestos, no emaranhado de sentimentos contrários, incômodos e de paz (possível). Delicado, cada teia se forma como necessidade, como conflito em sentir em cada movimento algum apoio, concreto na pulsão imaginativa (subjetividade).

O medo se envolve de passos, a corrida respeita o instante do suspiro que reflete sobre a situação viscosa na possibilidade de estar vivo. Os Sentidos apóiam significados, quando revela a latência inquieta, duvidosa, de desejo. O chão aparece como ausência, como saudade, no instante que o rarefeito é infalível no presente do real.


A ironia então, acontece como risada de euforia, ofegante quando desencontra sua verdade, quando a posição de essência e de uma ciência evolutiva se desfaz, na consciência densa que o poder esta sendo discutido. O encontro segue perplexo por meu próprio movimento, se dissolve, se dilui, procura entender o diálogo, a complexa relação pessoa-mundo, quando a divisão entre estes dois elementos se elimina, conduzindo um só fenômeno.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Condutor


Que timming. O texto da semana passada quase foi sobre Otis Jackson. Mc/produtor/beatmaker/multi-instrumentista além de outras coisas… mil projetos, promíscuo musicalmente, só nesse ano já fez parceria com um integrante de uma famosa banda de Acid-jazz brasileira e acaba de soltar um novo disco. Pra tentar ilustrar melhor vem a minha cabeça seus trabalhos com J. Dilla e MF Doom além dos seus trabalhos integrando um quinteto que só tem ele de integrante e o alter-ego de voz eletronicamente alterada e rimas existenciais. Era época de cursinho quando procurava algo novo dentro do que já conhecia, sua invasão na Blue Note entrou na minha cabeça como quando ouvi Illmatic do Nas ou Samba Esquema Novo do Jorge. De lá pra cá seja nas suas excursões pela música Indiana, no rap, funk, jazz, produzindo para alheios… eu tenho acompanhado de perto como faz um nerd com gadgets ou a próxima saga sonhada por Frank Miller. Enfim, hoje abro um dos sites de rotina e lá está esta pedrada nova. Nem ouvi ainda, mas podem ir na fé…


?

Suspiro Irônico

Foto: Yan Chaparro

O suspiro acontece no instante urbano, entre carros, ônibus, pessoas e empregos, a ironia obedece ao sutil, ao delicado embebecido da fragilidade cotidiana. Confundido ao mundo que o envolve, é parte deste, da forma, do conteúdo que este mesmo espalha em seu olhar a cima.

O invisível contesta, revela a latência, o imaginário, uma subjetividade que acontece no ato de construir, e de ser construído, em meio de entranhas, linhas e sangue. O cheiro no teto lembra o livre, mesmo que a liberdade aconteça na fala enganosa do hoje, mas faz de planta, fios e cimento, o aparato de novas realidades, do hibridismo não tão novo.

Ao suspirar a ironia se move como semblante nostálgico de simplicidade, dá significado ao fato pouco visto, mas muito vivido no reclame do dia. Acontece que a ironia não é negável, se mostra como insegurança, vaidade e medo, e o suspiro é o se alimentar com ar, na tentativa de apreender o sobreviver, quando a urbanidade obedece ao receio, como superfície de engano, frágil.


sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tyger

O curta de animação Tyger mistura fantoche, ilustração, fotografia e computação gráfica, baseado no poema de William Blake. Dirigido pelo brasileiro Guilherme Marcondes, esse curta já foi premiado diversas vezes e é um dos favoritos de Neil Gaiman (o criador a graphic novel Sandman). O cenário é a caótica cidade de São Paulo onde o autor quis retratar a relação da cidade com a floresta e das pessoas com os animais, ressaltando as maravilhas junto com o medo do progresso.


...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Como é pisar uma concha no espaço?



Abordando a ausência e presença de gravidade no corpo, Isadora.ORB: a metáfora final, proporciona momentos de suspensão. Já na primeira cena, Andreia Jabor deitada com as pernas para o alto e sob o silêncio pleno da atmosfera do teatro Prosa, realiza movimentos de pêndulo que fazem com o que o público sinta a gravidade zero atuar sobre seus corpos. Nem um suspiro se ouve neste momento (que dura cerca de 5 minutos).

E não é apenas no silêncio que o espetáculo se desenrola. A trilha é composta por clássicos como Pink Floid e Mutantes e é manejada no palco pela bailarina e Dj Andreia Jabor. Além disso, os artistas interagem diretamente com o público, conversando e contando a “fantástica” história (ou fábula?) do menino Rick que sonha em levar artistas para o espaço.

Seu sonho quase vira realidade. Inesperadamente o então designer e pesquisador Ricardo Seabra (em 2000) tem seu projeto de criação de um módulo espacial para abrigar artistas no espaço (o módulo Isadora), para ser apresentado em um econtro mundial da NASA, no México. E daí por diante inicia-se uma extensa reflexão.

Uma reflexão que discute as fronteiras entre a arte e a ciência, a sabedoria do acaso e do domínio. A proposta de se explorar o espaço não apenas pelas ciências exatas e biológicas, mas também pelas humanas e pelas artes, segue uma linha política. Deseja-se o reconhecimento das áreas de conhecimento ainda vistas como perfumaria. “Como que vão investir $10 milhões de dólares para levar um artista ao espaço, se não há como prever o que ele vai trazer como produto artístico de lá?” A resposta segue infiltrando-se entre as armaduras da ciência - em tentativas de dominar certos aspectos da realidade - e o simples acaso.

Dentre projeções de desenhos criados por Rick em cena, através de seu retroprojetor analógico, solos interpretados por Andreia e a interação entre essas duas realidades, o espetáculo traz um cheiro e um conforto de infância, porque revela, na verdade, coisas simples: brincadeiras, jogos, medo da solidão e fantasias escondidas no cotidiano.

Depois de lidar com as forças gravitacionais ondulantes do palco, saí de meu assento pisando o chão sentido-o tão concreto quanto uma concha no espaço.


Obs: A apresentação vivenciada pela autora se realizou no Teatro Prosa - Campo Grande, nos dias 16 e 17 de agosto de 2008.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sujeito...

Foto: Yan Chaparro

Ao caminhar possibilita formas ao mundo (cotidiano), no constante diálogo de densidade, ramificado a indagação da simplicidade e do estado de se diluir (em e entre coisas-sujeitos). O riso é irônico na apropriação do passo ao asfalto, quando as linhas que demarcam leis são substituídas somente por passagem.

A solidão é força, imposição de si ao mundo, quando contesta o passo, quando se move no delicado que por insegurança se mostra áspero. A força contrai quando expande o olhar para céu, do céu caminha no chão, não por vergonha, mas desejo de estar.

Até parece corrosivo o semblante deste outro, na ferida que é composta a cada dia, como carne pálida. A solidão permite espaço de amplidão, do fenômeno denso e sutil, não da espera, mas do ato do caminho (Aufhebung), quando percebe, se dilui e se compõe. Uma barreira se mostra como suposição, como riso, como sátira, como passo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Turn it Up!

Eu não vou falar muito. Esse plano aqui termina, outro se inicia. Não conheço um só ser que entende ou aceita bem a transição. James Yancey mudou a direção das produções da música do meio dos anos 90 até aqui e ponto final. É lógico que ele não o fez sozinho, mas acreditem que secretamente de Neptunes à Dr. Dre, de Jimmy Jam à Radiohead, todo mundo sabia do som de um certo MC/Produtor de Detroit que fazia o baixo ditar o andamento das canções, que construia os beats sem quantizar tudo no grid, como o computador mandava. Que colecionava discos de Sérgio Mendes...que com Q-Tip e Ali formou o time de produção The Ummah ( Irmandade ) quando a idéia inexistia no meio, que estava doente, mas mesmo assim veio ao Brasil para participar de um show com o Madlib. Infelizmente seu estado agravou e ele teve de voltar mais cedo. Pouco tempo depois partiu, mas não sem antes deixar algumas pérolas que muitos juram que mudaram suas vidas...

Download: Donuts

*Segue também a homenagem feita pelo bateirista Pupillo (Nação Zumbi) e dos djs Nuts e Primo durante o Brasilintime.


Para compreender melhor indico duas músicas: Stan Getz e Luiz Bonfá com Saudade vem correndo; e The Pharcyde com Runnin'

Rest in beats Dilla
...o mesmo para Issac Heyes.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Até Jazz....

Quem diria que música e poesia nunca iriam caminhar totalmente juntas?? Antigamente se diziam que letras eram poesias, e poesias eram obras literárias, e literatura não tinha nada a ver com a arte musical, por isso os antigos jazzístas tocavam apenas suas músicas instrumentais sem a melodia da voz...

E a músca? Por que muitos não encaram como uma grande arte? Como um grande mistério, onde muitos estudiosos instrumentistas e maestros se desdobram para descobrir os mais misteriosos sons, intervalos e escalas produzidas pelos intrumentos?
Poucos encaram a sua própria música do ''próprio'' jeito que faz, e os muitos que não encaram sua ''própria'' música, se preocupam em agradar os ouvidos de leigos, que acham que tem um senso de música tão grande que podem sair criticando qualquer músico por ai....
E assim vai, aos poucos a arte caminha, nos sons, imagens, danças, na literatura em tudo! O que nunca pode acontecer é nós, ''poucos'' deixarmos a arte parar!


Nosso Trio - Paca Tatu, Cotia Não
Bireli Lagrene e Sylvain Luc - Isn't She Lovely
Bireli Lagrene - Blues Clair
Ximo Tebar - Puré de Patata
John Coltrane - Giant Steps
“Chão dos ausentes“ Edson Castro - 62 x 73 cm - pez sobre tubox - 2007

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fantasia d'outrora.

Que mundo de verdade?
Aquele! Que passa diante dos olhos e que poucos vêem.
Mas que bela ironia não?! Ou será fantasia?
É um belo retrado, de tão mal tratado que é.
Ser animal, racional, de coerência duvidosa.
Mal se olha, e muito menos ao lado.
Será que percebe? Que nada impede!

Carpal Tunnel Syndrome


Kid Koala é integrante do selo britânico Ninja Tune, totalmente direcionado à produtores interessados em timbres bizarros. No caso desse canadense, o ronco de uma pessoa dormindo, o sample de desenhos animados ou até o som do trompete de um músico bebado são musicadas. Além do som incomum que faz ele também ilustra a capa de seus discos e cria quadrinhos em seus encartes. A produção é toda eletrônica, mas bem distante do bate estaca, lembrando até algumas composições cabeçudas da Bjork que por sinal é uma de suas referências.

E pra finalizar...


Adeus!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

suspiro de costume...

Ensaiando a vida, de forma única e profunda.
Sonâmbulo dos sentidos, movimentos e inquietudes do pensar.
E assim não para, e nem rala deve ser.
"Corpo quente,
insuficiente as vezes."

só ser humano. só ser-humano.

De súbito vem o aperto. Duro. duro. É mais um dos nós. E parece que não vai afrouxar nunca mais na vida. As gentes acham que a hora ruim nunca vai passar mesmo... Dá chilique, pisoteia, tem sapituca. Até reza! Sente a angúsita pressionar as veias com gosto. Gostoso. Tem vontade de gritar, berrar, cuspir, bater a cabeça, socar a cabeceira. Morder a própria carne. Tudo normal, absolutamente anormal. Isso é ser gente, ser humano. Ser humano com hífen sem hífen. Sem mistério nem segredo. Pensar é sofrer. Sentir é sofrer. Sentir é pensar. Mas o contrário nem sempre é. E depois que passa? ah! acha graça. Isso se se lembrar que passou. Gente é trânsito. Todo o tempo. Nada anormal nisso. Nada normal nisso. Carne e osso. Muita carne. Pele, muita pele. Bom se sentir gente às vezes. (Suspiro) Nervos, muito nervo! Carne, osso, pele. Sangue, muito sangue. e quente. Sentir a quentura. Frieza às vezes. Mas só às vezes.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Que o corpo desabe,
entre os braços,
em meio traços e laços
de uma amizade sincera."

Werther Fioravanti

Sobre o Cuidado...

Foto: Yan Chaparro

No estalo de um instante o suspiro de calma encontra meu corpo, cada sentido é preenchido por uma calma engraçada, talvez daquela esperança ainda rala e sem graça, que as vezes aparece como ironia diante da fragilidade dos laços e vínculos cotidiano.


O cuidado aparece em meio da latência incomoda, do urbano, de carros, ruas, placas e falas. Então a curiosa banalidade e flutuação de passos que desencontram do chão, parece cedido a uma imagem de transe, da calma que lembra o aspecto estético de saudade, quando o cuidado se move no olhar saudoso e simples (profundo) de uma criança, que me diz - Calma...


Um cuidado que se move como fenômeno de se envolver, de encontro, de habitar. Quando a responsabilidade com o outro se mostra como alteridade necessária, se possível espontânea. O outro que cuida e é cuidado traça passos em uma vivência de existir aqui, na possibilidade de um outro que passa por si, que permite o diálogo.


E se acaso, descaso?

Como se vê,
em seus lábios de saudade,
a vontade que invade,
é aquela que impede.

E os sussurros mal ouvidos,
calados de tesão,
em latência da situação,
se espremem em curtos passos.

E que tal devaneio,
sempre entre a razão e o desejo,
que repele qualquer sossego,
pelo medo e preconceito.

E que nada seja,
apenas apareça,
de forma singela,
mal acabada como já era!

Werther Fioravanti

Na sombra, vendo poeira!

"Coloque a vela acesa,
sobre a mesa,
para que apague
como coisas no tempo."
Werther Fioravanti

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Saudações..


“Acaba logo!”, exclamaram os olhos angustiados da mulher ao olhar em silêncio a barata, assustada no chão do seu quarto.


Mas a vida nunca acaba.


Em vez de minutos, conta-se a vida em anos, e ano é uma unidade muito extensa.

A vontade dela era de que a vida fosse como um espetáculo que rápido acaba, dando a sensação de eternidade, e que não precisa fazer o público voltar para reafirmar o que queria ter dito.


(Se bem que para um espetáculo passa-se uma vida ensaiando)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ethio-jazz


Bem, música é a parte que me cabe nesse latifúndio.
Sendo assim resolvi abrir os caminhos com um nome de classe: Mulatu Astatke. Esse etiope é praticamente o único habitante do mundo que ele mesmo criou. Influenciado pelo jazz e música latina Mulatu transformou a música tradicional Etíope. O resultado é o Ethio-jazz, som que tem o balanço da salsa, do jazz e do funk em um clima que lembra ritmos orientais. 

E pra fritar a cabeça legal, deixo também um video do encontro entre Mulatu e The Heliocentrics (psicodelia essa que explico mais pra frente)


Tá bom?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uma fala sobre o cotidiano



Uma cruz e um pássaro, uma via que leva e traz pessoas e seus carros, historias narradas por fenômenos comuns, de estar em uma mesma realidade, mesmo que a combustão imaginaria abstraia o comum, para o não visto. Passo pela via, vejo dois pássaros, um caído, e outro ao lado dele, numa espécie de despedida, velando o outro. Imagem que me incomoda, volto a casa, faço uma cruz, pego uma tinta branca, e procuro expressar o assassinato ali.

O estado trágico se mostra como um assassinato em silencio, quando um ser vivo é morto na decorrência de uma urbanização de brutalidade, quando o ambiente é visto fora do humano que o habita, sendo não sensível, e não apropriado como lugar de vivência dialógica.

O pássaro se desintegra a cada instante, como carne cotidiana que aparece desintegrada no ato de acordar e dormir. Talvez este pássaro diga sobre o estado trágico vivido em instantes urbanos, quando a natureza e o cinza cimentado, aparecem como conjunto hbrido de violência, um fenômeno sutil e subjetivo no cotidiano vivido.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ponta pé

Alguém tinha que começar.
Nossa proposta é juntar influências diversas em forma de som, video e textos. 
Sendo assim, o Podcast foi consequência. A idéia é cada integrante do coletivo apresentar periodicamente uma curta seleção musical escolhida da forma que bem entenda. Aqui vai o primeiro:

Tom Zé - Ave Dor Maria
Beto Vilares - Nó D'água
Funk como le Gusta - Guarda-chuva
Bid - Na noite se resolve
Stan Getz e Luiz Bonfá - O morro não tem vez