No estalo de um instante o suspiro de calma encontra meu corpo, cada sentido é preenchido por uma calma engraçada, talvez daquela esperança ainda rala e sem graça, que as vezes aparece como ironia diante da fragilidade dos laços e vínculos cotidiano.
O cuidado aparece em meio da latência incomoda, do urbano, de carros, ruas, placas e falas. Então a curiosa banalidade e flutuação de passos que desencontram do chão, parece cedido a uma imagem de transe, da calma que lembra o aspecto estético de saudade, quando o cuidado se move no olhar saudoso e simples (profundo) de uma criança, que me diz - Calma...
Um cuidado que se move como fenômeno de se envolver, de encontro, de habitar. Quando a responsabilidade com o outro se mostra como alteridade necessária, se possível espontânea. O outro que cuida e é cuidado traça passos em uma vivência de existir aqui, na possibilidade de um outro que passa por si, que permite o diálogo.
5 comentários:
"De cada calçada de concreto da cidade, cada vida que se segue, cada cidadão persegue a cota lutando pra se manter, marcando a mesma rota lutando pra nunca se perder..." Depois te passo direitinho...
A foto me trouxe poesia de concreto como lembrança.
Tem um disco pra download do Mulatu bem no post, escondido em baixo da capa. É tapa na cara, soco no estomago.
Abs!
Olá Sr. Chaparro...
hehe...
e nossos caminhos se cruzando em novos espaços...
Abraço
Linda foto! Sensível o texto.
Me lembrou o dia em que vi uma família empurrando um carrinho de lixos recicláveis no meio da rua e em meio a carros que buzinavam para saírem dos seus caminhos...foi o momento em que senti a fragilidade do mundo e da nossa existência. Tão quebrante quanto o cuidado, representado nesta foto..
Fantástico!
=D
Me envolvi tanto enquanto lia, me sentia ali.
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