terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uma fala sobre o cotidiano



Uma cruz e um pássaro, uma via que leva e traz pessoas e seus carros, historias narradas por fenômenos comuns, de estar em uma mesma realidade, mesmo que a combustão imaginaria abstraia o comum, para o não visto. Passo pela via, vejo dois pássaros, um caído, e outro ao lado dele, numa espécie de despedida, velando o outro. Imagem que me incomoda, volto a casa, faço uma cruz, pego uma tinta branca, e procuro expressar o assassinato ali.

O estado trágico se mostra como um assassinato em silencio, quando um ser vivo é morto na decorrência de uma urbanização de brutalidade, quando o ambiente é visto fora do humano que o habita, sendo não sensível, e não apropriado como lugar de vivência dialógica.

O pássaro se desintegra a cada instante, como carne cotidiana que aparece desintegrada no ato de acordar e dormir. Talvez este pássaro diga sobre o estado trágico vivido em instantes urbanos, quando a natureza e o cinza cimentado, aparecem como conjunto hbrido de violência, um fenômeno sutil e subjetivo no cotidiano vivido.

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