domingo, 8 de fevereiro de 2009

"relembrando uma morte"

foto: Yan Chaparro
...o pássaro toma forma de morte (não por, e não dele), é assassinado, lembrado como estado de coisa sem sujeito, empecilho, admiração banal, vômito soberbo daquele que faz do passo a sua própria insegurança de riso amargo, inútil como a própria vida, não do outro, sua.
você não chora, nem ri, não fala nada, fica cuspindo para cada lado que te incomoda, sua própria sombra. grita e grita e grita e tenta respirar, não consegue, continua gritando para longe, para a sua própria euforia, desespero sem amparo, sem medo, sem cor, sem lugar algum. fala fala fala fala ao espelho, sua fala não chega a lugar algum, também o que sai da sua boca doente é só indigestão para si. vendo daqui, você é engraçado, cômico, manipulável.
sem graça, pálida é sua face, seu desespero é consumido por você, na verdade tudo é uma brincadeira de se consumir, como desejo perverso, quando se pisa, e faz do seu pisar sua mentira constante, de explicações banais, como quando é dito para enganar quem mesmo diz... você parece um criança que precisa se justiçar para todos, para pensar que existe... viu sua existência não é sua, na verdade é o que o outro quer...

(Yan Leite Chaparro, 07.02.09)

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