2008
Meus olhos ainda lembram a proximidade com o chão daquela manhã, meu corpo ficou dias dolorido, mas sentia que tinha comigo um troféu, aquele esparadrapo encima do meu olho ficava como uniforme de aventura, junto com minha regata do Mikey.
Eu corri e corri, precisava chegar primeiro em casa, meus obstáculos eram duas ruas inclinadas que davam em casa, e meu chinelo que estava arrebentado. Eu tinha seis anos, e corrida era contra eu mesmo, ou melhor, o campeonato de corrida que imaginava. Meu corpo se comportava como de um atleta desengonçado, meu peito inclinado, minhas mãos que ganhava o ar, e minha boca que pronunciava um narração eufórica da vitoria, que ainda não sabia ser minha, tinham dois na minha frente.
Sozinho para quem me via de fora, e entre muitos e uma mata fechada para quem me via de dentro, corria desesperado, não sabendo se falava ou respirava. Estava perto da esquina, no meio de percurso, já avistava minha casa na outra esquina. Acelero o passo, e a imagem da minha casa é trocada pelo do asfalto. Meu chinelo arrebenta de vez, sou traído pelo meu equipamento de corrida. Lembro que fiquei parado olhando o horizonte entre o asfalto e minha casa. Pensei “estou em uma corrida, não posso parar”. Todos os outros corredores passam na minha frente.
Eu levantei joguei meu chinelo fora, e descalço caminhei até minha casa. O sangue escorria na minha cara, o corte foi profundo. Cheguei em casa e fui recebido pela minha mãe, ela olhou assustada e eu ri, estava feliz por completar a prova, ainda mais sangrando, tinha as coisas que meu time o Corinthians tinha também, pelo menos era o que meu pai dizia, e eu só acreditava, ele era meu pai.
Minha mãe desesperada venho em minha direção, quando ela encostou no meu supercílio, voltei a realidade, uma puta dor se apossou da minha cabeça, então chorei e chorei, minha camiseta esta cheio de sangue (para mim era cheio), sentei no chão, minha cachorra nina, uma vira-lata, veio, acho que tentando me ajudar. E me levaram direto para o posto de saúde do bairro. Levei seis pontos, gazes e esparadrapo faziam parte do rosto agora, era bonito e feio, heróico e dolorido. Tenho uma foto comigo, com o esparadrapo e a camiseta do Mikey, comendo melancia com mão (sempre gostei disso), e um sorrido de lembrança vem até meu rosto com 24 anos hoje.
Passando cinco anos, meu irmão também cortou o supercílio, no meu lado do rosto, com seis pontos, com seis anos. Mas dele, uma gangorra o acertou. Deve ser coisa de família isso.
Eu corri e corri, precisava chegar primeiro em casa, meus obstáculos eram duas ruas inclinadas que davam em casa, e meu chinelo que estava arrebentado. Eu tinha seis anos, e corrida era contra eu mesmo, ou melhor, o campeonato de corrida que imaginava. Meu corpo se comportava como de um atleta desengonçado, meu peito inclinado, minhas mãos que ganhava o ar, e minha boca que pronunciava um narração eufórica da vitoria, que ainda não sabia ser minha, tinham dois na minha frente.
Sozinho para quem me via de fora, e entre muitos e uma mata fechada para quem me via de dentro, corria desesperado, não sabendo se falava ou respirava. Estava perto da esquina, no meio de percurso, já avistava minha casa na outra esquina. Acelero o passo, e a imagem da minha casa é trocada pelo do asfalto. Meu chinelo arrebenta de vez, sou traído pelo meu equipamento de corrida. Lembro que fiquei parado olhando o horizonte entre o asfalto e minha casa. Pensei “estou em uma corrida, não posso parar”. Todos os outros corredores passam na minha frente.
Eu levantei joguei meu chinelo fora, e descalço caminhei até minha casa. O sangue escorria na minha cara, o corte foi profundo. Cheguei em casa e fui recebido pela minha mãe, ela olhou assustada e eu ri, estava feliz por completar a prova, ainda mais sangrando, tinha as coisas que meu time o Corinthians tinha também, pelo menos era o que meu pai dizia, e eu só acreditava, ele era meu pai.
Minha mãe desesperada venho em minha direção, quando ela encostou no meu supercílio, voltei a realidade, uma puta dor se apossou da minha cabeça, então chorei e chorei, minha camiseta esta cheio de sangue (para mim era cheio), sentei no chão, minha cachorra nina, uma vira-lata, veio, acho que tentando me ajudar. E me levaram direto para o posto de saúde do bairro. Levei seis pontos, gazes e esparadrapo faziam parte do rosto agora, era bonito e feio, heróico e dolorido. Tenho uma foto comigo, com o esparadrapo e a camiseta do Mikey, comendo melancia com mão (sempre gostei disso), e um sorrido de lembrança vem até meu rosto com 24 anos hoje.
Passando cinco anos, meu irmão também cortou o supercílio, no meu lado do rosto, com seis pontos, com seis anos. Mas dele, uma gangorra o acertou. Deve ser coisa de família isso.
2 comentários:
hahaa... e sabor da vitória é que vale! herói em sua corrida, fruto da imaginação... e herói em sua vida! admiro-te amigo!
para deixar o que queria dizer:
kkkkkkkkkk...
grande abraço
viu... sempre tentando encontrar caminhos na vida a partir da imaginação... sempre me pergunto "o que são estas imagens na minha frente?"
abraço amigo... e muita coisa boa... musica, letras e amor...
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