Certo dia de euforia, assim como qualquer dia, os trilhos se cruzaram e começaram a navegar juntos seus caminhos.
O que buscavam? Não se sabia! Mas seus destinos seguiam.
A cada cinqüenta metros paravam e se perguntavam – “será que faz sentido? O norte está certo? Parece não ser esse o caminho?” – e em silêncio, continuavam seguindo o mapa que pouco se via pelo desgaste do papel.
Em metros e metros naturalmente se adaptavam a dúvida, como também a companhia do outro. Seguindo este ritmo, rumo ao norte em passos de dança e música, os trilhos se abraçaram, e se beijaram loucamente. Num piscar de olhos surge o inevitável, não se vê e não se entende, mas surge. Amor!
Maldita hora! O norte ainda não era definido no papel, a bússola que um deles ganhou quando criança ainda por cima não funciona direito, e agora, amor. Conflitante como a escolha do rumo certo a seguir, surge inquietamente entre e dentro de cada um.
E logo adiante, chuva! Corre, corre, corre! Sorte que logo ali se vê um abrigo, e pra lá foram, ensopados e perdidos, mas incrivelmente felizes.
Passando o sufoco da chuva, voltam os trilhos a percorrer o caminho, que começara então se tornar um só para ambos.
Como viajantes e tripulantes de um destino não sabido, com um norte falho, sujeito a qualquer interferência natural ou não em seu desfecho, seguem conscientes do inesperado. E por ai se vão, rumo ao norte.
(werther fioravanti, 26.6.09)
sexta-feira, 26 de junho de 2009
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Um comentário:
muito bom amigo...
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