“possível voz” (16.05.09)
ao existir, permite a não existência, como desejo de saber mais de algo, sua vida (invenção imbricada pelo nada). A voz que sai é rouca, áspera e de conflito. Prossegue como sentido de morte (êxtase da imensidão finita), no sentido do ir e vir, da morte para a vida, da vida para a morte. Estou deitado abro e fecho os olhos. A voz continua vibrando, constrói (concretude maléfica) coágulos de sangue na garganta. O sangue sai. Sempre gostei de correr ao máximo no frio, e sentir o cheiro do sangue nas minhas narinas. Então eu corro. Paro, respiro, o suor esquenta o frio. Minha voz prossegue (sempre desajustada) como algo que invento, descentralizando o que chamaram de uno. Minha voz, esta que falo como pertence objetal (meu-eu), é como simples voz, quando a sutileza se mistura com o áspero (nem tanto) ar que respiro.
(Yan Chaparro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário